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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Coincidências não existem, mas enganos certamente!

Meus olhos encontraram os dela, muito antes disso senti seu perfume, suave, inebriante, delicado, não sei como tivera certeza de que um perfume poderia ser delicado, de fato, talvez fosse a mistura do cheiro de sua pele com o perfume, com muita dificuldade desviei os olhos e desci pelo seu pescoço, quase sentindo a pulsação da jugular, eu poderia mentir, mas sim é claro, sentia o cheiro do sangue. Continuei meu passeio deslizando o olhar pelo seu busto e na sequência passei velozmente por suas mãos suaves e vaguei sem pressa pelas curvas de suas pernas, em uma pequeno fração de segundos imperceptível para ela e seu consorte eu houvera memorizado cada pedaço do seu corpo, já havia feito minhas considerações sobre que região seria mais prazeirosa é claro, imaginava os pés delicados dentro da bota, no segundo seguinte eu apenas sorria e estendi a mão para ele. Como vai? Não nós vemos já faz algum tempo! Ela apenas sorria, discretamente, como uma dama, mas os olhos dela suspiravam uma mensagem muda que eu não fui capaz de entender qual era.
Eu era definitivamente um dêmonio não era? Já seria desonroso e covarde demais deseja-lâ se fossemos iguais, afinal ele tinha afeto por mim. Eramos amigos? Talvez, não sei dizer o quanto, mas levando-se em consideração o fato simplório de que eu não sou humano a mais de um milênio, ah isso mudava o anglo de visão das coisas não? Eu era um verdadeiro dêmonio pensando em esvair a vida daquele ser sem a menor piedade e remorso, apenas e simplesmente porque gostava dela, do perfume dos seus cabelos e do fervor dos teus olhos.
Conversamos alegremente sobre as trivialidades da cena, sobre os próximos eventos, agendamos encontros próximos, meia hora depois eles partiram o último vestígio foi o perfume, agora de seus cabelos soltos que chegou suave até mim, carregado pelo vento frio do inverno, após a partida da moto.
Mais tarde na mesma noite, já pelo início da madrugada passei veloz pela cidade escura e e cobri em alguns minutos a distância entre as duas cidades, velocidade não era problema e sim manter os olhos curiosos afastados da misteriosa figura negra que cruzava as plantações e as estradas, seguia trançando mentalmente uma linha reta, desviando o caminho um ou duas vezes para evitar colidir com uma animal ou árvore ao alcançar os limites da cidade, detive-me um instante aspirando o ar profundamente, seu perfume longe, rarefeito, mas eu podia senti-lâ, continuei em velocidade sobrenatural detendo-me novamente na gruta, apenas alguns minutos para apreciar a sinfonia da noite, com poucos passos e a velocidade venci os degraus parando imóvel ao centro do monumento, apenas apreciando o silêncio e saboreando o momento, pensava em alguns segundos estaria com ela em meus braços.
Parti novamente invisível aos olhos mortais e em questão de minutos estava ao lado da janela do seu quarto, imóvel um predador, sedento, espreitando a presa eu pensava, estava enganado.
Não precisava me preocupar, quantas vezes ao longo dos séculos eu havia feito isso? Eu gesto simples o contato direito, rápido, com os olhos e ela apenas acordaria um tanto indisposta no dia seguinte, caso eu decidisse em um momento extrema de benevolência permitir que ela vivesse, e acredite quando eu digo que esses momentos são raríssimos em uma existência como a minha.
Como eu estava deliciosamente enganado, eu não sentia medo, ao menos era o que eu repetia para mim mesmo a todo instante, e também essa sensação se dissipou no ar quando eu a vi, agora o perfume da sua pele recém banhada era pleno, conseguia sentir o toque daquela pele quente, sentia o calor, as formas por baixo da camisola branca eram fascinantes, a leveza dos movimentos encantadores, meu corpo explodiu de desejo e o cheiro do sangue quente invadiu minhas narinas, como de costume, pensei que seria a última sensação que conscientimente sentiria antes de despertar do transe segurando o corpo sem vida, sorri, ordenei meu corpo para avançar, nada, minhas pernas não obedeciam, meu corpo não se moveu, senti raiva, observando ela estender as mãos para fechar o vidro da janela, fiquei furioso no momento em que percebi que minha vontade e determinação de possuir aquele corpo, de possuir a vida de dentro dela não foi maior que minha vontade e prazer em observar a sua beleza, por sua fragilidade por sua mortalidade, como era bela e a sombra da morte que paira sobre cada mortal a tornava ainda mais bela, eu era o predador sim e fui vencido por um sorriso horas antes.
Furioso retornei velozmente pelo caminho parando em meio a uma mata fechada no meio do nada, ao menos eu fazia ideia de onde eu estavadeixei que me corpo sem vida caisse aos pés de uma árvore, tentei chorar, mas tudo o que eu consegui fazer foi sentir mais raiva e sorrir ao me recordar do perfume da pele dela apagando o cheiro do sangue dentro de mim.
Retornei para meu repouso poucas horas antes do nascer do sol e meu último pensamento foi:
Ela é bela demais para morrer, boa demais para mim!
Enquanto isso ela disperta do sono, com os primeiros sinais da manhã, dissipando também as imagens de um sonho com ele e ela pensa:
Tolice, eles são amigos, impossível para mim!

Para uma nova e querida amiga.
Sonhemos.

Sonho dos Perpétuos, fraco e frente à milhares dêmonios e aos três reis do inferno, tentando sair do inferno sem batalha, após recuperar o seu elmo, que havia sido furtado e negociado com um dêmonio durante seu cárcere.


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