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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Reflexões

Somos escravos de nossas paixões e são elas que nos distanciam do Divino, chame este você como quiser.

Sou escravo de minhas paixões e são elas que me distanciam de Deus.

Penso em tudo o que desejo em todos os momentos de minha vida, mas não consigo mais olhar para trás e sentir saudades, perdi a euforia de minha juventude, onde tudo me despertava alegria, onde ficar parado em frente à janela em uma tarde chuvosa me era um prazer inexplicável, onde despertar com vozes que pareciam ao longe, quando na verdade estavam no cômodo ao lado, me fazia sorrir, perdi o interesse pelo meu dia, perdi minha melhor amiga, minha imaginação que sempre me permitiu ir aonde quer que eu quisesse, abandonei meus sonhos e com o passar do tempo e os troquei por outros quaisquer sem muito valor, magoei pessoas que me amaram, e atirei aos ventos quando cedi minha atenção a quem não merecia, fui assassinado quando desperdicei meu afeto com quem nunca mereceu, fui enganado pela beleza e tive minhas lágrimas arrancadas por almas pequenas, cujo único prazer é fazer sofrer e afirmar seus orgulhos carnais, ignorei as boas pessoas ao meu lado e caminhei ao lado das mas, deixei-me seduzir por tentações passageiras, pequenas, por prazeres viciosos e sem virtude alguma, pensei ter amado inúmeras vezes, quando no máximo estive apaixonado uma ou duas vezes, não mais por pessoas do que por mim mesmo, quando estive encantando deixei de confessar, quando pensei estar confessei as pessoas erradas, que não mereciam meu amor, me afastei de bons amigos por orgulho, me reuni com inimigos por vingança, estive em meio a tantas dúvidas quanto é possível a um homem, tive raiva de amigos e sorri com o sucesso de inimigos por vaidade, questionei a existência pelos pecados e dores, mas esqueci-me de olhar no espelho primeiro, sinto saudades dos belos rostos e das almas nobres que conheci, sinto-me frustrado por ter desperdiçado tantas oportunidades de ser feliz, me arrependo por não ter ficado mais tempo deitado em redes, perdi um tempo precioso corrigindo erros pequenos em textos sem conteúdo algum, coloquei as pessoas a prova, quando na verdade deveria ter pedido permissão para entrar em suas vidas, me recordo com saudade de cada rosto que conheci, mas não tenho nenhum por quem choro mais, perdi a emoção de viver e a alegria de cantar, a saudade me é companheira mas, demorei a compreender que a saudade é de mim mesmo, esperei tanto para ter este pouco para depois entender que gostaria de ser sempre criança, pois pelos menos a inocência é sincera.

Engraçado mesmo as canções que separei e arrumei em seqüência para ouvir a maioria delas não são canções que eu gosto e sim canções que fazem lembrar de alguém, que império magnífico é a consciência, que final cruel é extinção do pensar que mundo frio é o mundo sem o Divino, sem o misterioso sem o oculto.

Cleiton Moraes de Melo

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