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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Lamentos II

Preciso tanto de você, quanto mais conhecimento eu absorvo do mundo, mais o abismo que me separa de ti cresce, me pergunto quantos tolos como eu, ainda buscam verdades e mentiras mundo afora, quando tudo o que os faria feliz é um ter colo onde repousar a cabeça exausta por pensar sem mover um único milímetro de onde esteve todo o tempo, sem verdades, mentiras, sem deuses, demônios, sem vilões ou heroís, somente um silêncio acolhedor onde as palavras tornan-se desnecessárias, quando um singelo toque pode dizer milhões delas!

E eis aqui novamente, cantando, lamentando saudades de ti, que nunca existiu, que nunca encontrei, que nunca beijei, que nunca amei, mas que mesmo assim perdi! Tamanha é coléra da Grande Vontade por minha pobre alma? Tamanho fora meus pecados? Que significa então misericórdia e o perdão? Que tolice é amar a outrem então? Que tolice dedicar a outrem nossas vidas e receber ingratidão, dores e lágrimas, que sentimento terrível é esse desconhecido amor, que nós invade com fábulas belíssimas durante a noite e nos abandona ao frio do inverno pela manhã! Só e fraco sem energias para ao menos lamentar o infortúnio da vida! Que saudades da cidade cinza, onde não me faltam esconderijos para chorar, onde em cada canto escuro o caos da violência não permite que o ruído de minhas lágrimas caindo no chão sejam notados, onde a cada noite, sem temor posso me fundir com a noite e ouvir outros lamentos que não os meus, dos quais já estou farto.

Destino dos Perpétuos