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sábado, 18 de setembro de 2010

Destino & Lúcifer - Conto

Não existe outra descrição para o Jardim, ou palavra melhor: Imutável. Assim é o Jardim e as ruínas ao redor do Jardim, alheios ao tempo e a realidade, eternos e imutáveis. Mesmo que você consiga chegar aos Jardins e acredite, você já esteve nele muitas vezes, não o reconheceria ou não se recordaria, mas se pudessemos manipular apenas por alguns instantes as leis e os mistérios que sustentam a criação, talvez você pudesse ve-lô.: Destino dos Perpétuos, um homem, bem você o descreveria como tal, alto, envolto em uma túnica, segurando um livro, se pudesse ver seus olhos, você diria que ele é cego, mas é mais sábio afirmar que ele não precisa de olhos, se pudesse conscientemente permanecer nos Jardins e observar durante algum tempo, veria as estátuas de seus irmãos, elas também parecem mover-se, mas é um movimento muito sutil, talvez seja apenas impressão sua.

Destino caminha lentamente, passa pela rosa vermelha que sua última visita admirou, recorda-se de sua visita, com o livro aberto, apoiado em uma de suas mãos, para suavemente repentinamente, como se algo no livro pudesse despertar surpresa em si, Destino lê, ao menos é o que parece, mas seria mais prudente afirmar que ele e o livro sentem um ao outro. Mais alguns passos uma sequência de movimentos simples e Destino se move em direção até a entrada de sua habitação, não poderia descreve-lô, pode lhe parecer um castelo, uma cabana ou ainda uma residência do século XXI, no momento é apenas um abrigo de colunas romanas, com um extenso pátio interno. Destino aguarda. Se vira para a entranda posteior do pátio e diz:

Seja bem vindo! Estrela-da-manhã!

Um homem tão alto quanto Destino, de cabelos alvos, dourados e olhar penetrante, você não poderia olhar dentro dos olhos dele sem se desesperar e chorar por poucos segundos, com um terno indaga logo após a saudação de Destino:

É claro que você estava ciente de minha visita!? Afinal você é Destino dos Perpétuos.

O homem se aproxima ao alcançar Destino ambos caminham em direção ao Jardim, não parecem conversar apenas caminham lado a lado, caminham até perderem-se nos múltiplos caminhos do Jardim, teriam se perdido se não fossem que são. Destino dos Perpétuos o mais velho dos Perpétuos e o primeiro dentre os caídos, Lúcifer,estrela-da-manhã.

Destino, indaga o ex rei do inferno com a voz firme e decidida sabes porque eu vim, agora diga-me irá entregar-me o que busco?

Sua busca termina onde ela começa Estrela-da-manhã, não possuo a resposta para sua pergunta, tampouco está escrita no livro, se algum dia foi escrita, apenas quem a escreveu à conhece.

Então eu estava certo Destino? Você e teus irmãos não se submetem ao meu criador?

Não tenho a resposta Estrela-da-manhã, nós existimos porque precisamos existir e enquanto houver necessidade de nossa existência nos múltiplos universos, enquanto houver vida, minha irmã Morte existirá, enquanto os seres sonharem meu irmão Sonho existirá, enquanto todos os seres se Desesperarem, Desejarem, Destruirem e se perderem em Delíros, todos os Perpétuos simplesmente existem!

Lúcifer, observa, com as mãos nos bolsos vira-se e começa a caminhar, em qualquer direção, ele sabe que não faz diferença, em qualquer direção que ele caminhe assim que desejar estará fora dos Jardins.

Destino recomeça a caminhar, vira uma página...

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