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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Canções & Saudades

Tantas são as canções que exalam o extasiante perfume do amor, tantos são os célebres poemas e linhas que saúdam esse sentimento tão distante de nossa mortalidade, tantas são as estórias comoventes e cheias de emoções que nos fazem sorrir e chorar, tantas são os contos que nos preenchem de emoção e saudade, mas quantas dessas estórias, contos, canções são frutos da realidade...!? Chego a pensar por vezes que o amor nada é senão um sonho utópico de todos os que se atrevem a sonhar com algo que desejam, espero descobrir, ainda que a cruel verdade seja devastadora para comigo e para com quem eu sou.

Mas voltemos a falar de amor, tantas definições, tantos pontos de vista, infinitos sonhos perdidos em lágrimas que brevemente existiram, Oscar Wilde disse que seus mistérios são ainda maiores do que os da morte, Morrissey fez do amor, com algumas linhas, algo tão distante e desejado, da necessidade, do desejo de estar bem com alguém especial, da imensidão da euforia desse momento até mesmo a morte se torna algo glorioso.

Eu concordo.

There is a light that never goes out

Take me out tonight
Where there's music and there's people who are young and alive,
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one, anymore
Take me out tonight
Because I want to see people and I want to see life,
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because It's not my home, It's their home
And I'm welcome no more
And if a double-decker bus crashes into us
To die by your side, such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure and the privilege is mine
Take me out tonight
Oh take me anywhere, I don't care, I don't care, I don't care
And in the darkened underpass I thought oh God, my chance has come at last
But then a strange fear gripped me and I just couldn't ask
Take me out tonight
Take anywhere, I don't care, I don't care, I don't care
Just driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one, Oh Lord
No I haven't got one.
There is a light that never goes out...

The Smiths

Para a dama das trevas

Talvez não esteja nos meus desígnios compreender a natureza das emoções humanas, especialmente as que nascem em meu coração todavia, eu sigo tentando pois é tudo o que tenho daquilo que mais amo, especulações em todas as dimensões, você é tão linda, tal qual qualquer homem sensato poderia desejar, não posso me qualificar como sensato obviamente, entretanto esse fato singular não merece devido respeito em minhas ações, não seria sacrifício algum se apaixonar por ti, mérito seria resistir aos teus encantos e negar a minha natureza, mais como todo tolo apaixonado eu ainda espero encontrar algo utópico, mágico, que simplesmente a razão não pode conceber, mesma razão essa que nunca me fora uma aliada considerável na vida, portanto eu te confesso que prefiro perder-me entre meus sonhos e delírios todas as noites, adormecer entorpecido em fantasias, despertar todas as manhãs no mesmo mundo cinza em que existo e sorrir ao me recordar que brevemente a noite cairá novamente, trazendo consigo meus sonhos em seu manto eterno.
Como posso eu hipócrita dizer que jamais a desejei nestes sonhos...!? Jamais, entretanto nada me torna mais triste do que ser ausente para alguém importante e temendo meu futuro cego e irracional, guiado por sonhos e fantasias, não seria justo com nossos corações impor tamanha crueldade, navegando à deriva na possibilidade de um dia, deixar de ser.

Marisa Monte e Renato Russo disseram:

Pecado é despertar desejo e depois renunciar

Ah quantas noites adormeci embalado por sua presença, sentindo sua respiração tão próxima, tocando sua fragilidade, mas não existo em meus delírios e sim na imensidão ora cinza ora sem cor alguma da realidade cega e caótica que meus sentidos compreendem, posso rogar por sua felicidade pois é dos presentes o mais sincero que posso dar-te.

Eterna dama da noite, viva para sempre em teus sonhos e nos meus...!

Destino

Reflexões

Somos escravos de nossas paixões e são elas que nos distanciam do Divino, chame este você como quiser.

Sou escravo de minhas paixões e são elas que me distanciam de Deus.

Penso em tudo o que desejo em todos os momentos de minha vida, mas não consigo mais olhar para trás e sentir saudades, perdi a euforia de minha juventude, onde tudo me despertava alegria, onde ficar parado em frente à janela em uma tarde chuvosa me era um prazer inexplicável, onde despertar com vozes que pareciam ao longe, quando na verdade estavam no cômodo ao lado, me fazia sorrir, perdi o interesse pelo meu dia, perdi minha melhor amiga, minha imaginação que sempre me permitiu ir aonde quer que eu quisesse, abandonei meus sonhos e com o passar do tempo e os troquei por outros quaisquer sem muito valor, magoei pessoas que me amaram, e atirei aos ventos quando cedi minha atenção a quem não merecia, fui assassinado quando desperdicei meu afeto com quem nunca mereceu, fui enganado pela beleza e tive minhas lágrimas arrancadas por almas pequenas, cujo único prazer é fazer sofrer e afirmar seus orgulhos carnais, ignorei as boas pessoas ao meu lado e caminhei ao lado das mas, deixei-me seduzir por tentações passageiras, pequenas, por prazeres viciosos e sem virtude alguma, pensei ter amado inúmeras vezes, quando no máximo estive apaixonado uma ou duas vezes, não mais por pessoas do que por mim mesmo, quando estive encantando deixei de confessar, quando pensei estar confessei as pessoas erradas, que não mereciam meu amor, me afastei de bons amigos por orgulho, me reuni com inimigos por vingança, estive em meio a tantas dúvidas quanto é possível a um homem, tive raiva de amigos e sorri com o sucesso de inimigos por vaidade, questionei a existência pelos pecados e dores, mas esqueci-me de olhar no espelho primeiro, sinto saudades dos belos rostos e das almas nobres que conheci, sinto-me frustrado por ter desperdiçado tantas oportunidades de ser feliz, me arrependo por não ter ficado mais tempo deitado em redes, perdi um tempo precioso corrigindo erros pequenos em textos sem conteúdo algum, coloquei as pessoas a prova, quando na verdade deveria ter pedido permissão para entrar em suas vidas, me recordo com saudade de cada rosto que conheci, mas não tenho nenhum por quem choro mais, perdi a emoção de viver e a alegria de cantar, a saudade me é companheira mas, demorei a compreender que a saudade é de mim mesmo, esperei tanto para ter este pouco para depois entender que gostaria de ser sempre criança, pois pelos menos a inocência é sincera.

Engraçado mesmo as canções que separei e arrumei em seqüência para ouvir a maioria delas não são canções que eu gosto e sim canções que fazem lembrar de alguém, que império magnífico é a consciência, que final cruel é extinção do pensar que mundo frio é o mundo sem o Divino, sem o misterioso sem o oculto.

Cleiton Moraes de Melo