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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para sempre

Se refletirmos por algum tempo, chegaremos a uma conclusão cruel à primeira observação, no entanto estar ciente desta pode suavizar a maioria de nossos anseios e nos levar à compressão dos propósitos da criação.

Enquanto vivemos essa experiência carnal, nosso espírito se encontra acorrentado ao corpo e aos desejos, vícios e prazeres da vida mortal, não obstante que esta seja a crença da maioria das religiões do mundo, existe um detalhe que todos as pessoas parecem ignorar. Nada existe para sempre.

O apego à tudo que "existe" nesse plano é a causa raiz de nossas lágrimas, temores e o maior arauto da dor. A partir do instante em que admitimos que nossa situação, seja esta qual for, é momentânea, então os momentos de dor e de perda com os quais a vida nos afligem tornam-se mais suaves e compreensíveis.

Um homem que se encontra em uma situação miserável ou desesperadora e não consegue encontrar solução para seu problema, ele não enxerga além de si mesmo e o ego não permite que sua mente se ocupe em nada além de vencer, transceder a situação que lhe aflige e esse "instinto" o mantém tão ocupado, obcecado em si mesmo que o cega para a maravilhosa verdade que se encontra atrás da cortina. Tudo é momentâneo na criação. Apenas o criador é eterno.

Os grandes mestres e avatares da humanidade, pregaram o desapego à matéria, pois todos compreenderam o sofrimento que o apego pode trazer ao espírito.
Se um homem admite que nada na criação é eterno, então ele próprio enxerga sua condição nesta existência como momentânea e é tão verdade que não existe uma dor que dure para toda vida, assim como são breves e logo se perdem nas areias do tempo os momentos de alegria que vivemos.

O espírito humano transcede à morte pois é o desejo do Criador, pois o espírito nada é senão parte do espírito primordial do Criador, uma centelha do ser primordial, este sim eterno em si, existindo para sempre, desde de todo o sempre, algo que não podemos compreender totalmente, uma vez que nossa existência é limitada por fases que apenas iremos compreender após passarmos por elas.

Toda vida é apenas um breve instante frente ao Criador, toda a criação é apenas uma condição temporária, o pensamento existe o resto é ilusão, portanto o homem livre é o que admite que sua condição é temporária e consegue, mesmo frente às árduas condições que a existência lhe força, ser feliz com aquilo que possui.

Óbviamente o apego à matéria é o que pensamos ao meditar sobre a vida e a morte, no entanto, um ente querido que perdemos ou um amigo é também parte da criação e a morte não interrompe sua existência, mas o transforma para um outro nível de existência que não somos capazes de perceber com nossos sentidos.

Confirma-se a Lei da Correspondência: "o que está fora é o reflexo do que está dentro" ou ainda "Como em cima - assim em baixo, como em baixo - assim em cima", uma das sete leis do Hermetismo, também em nossa condição carnal, bem pouco em nossa condição mortal acontece que não tenha princípio e fim, uma doença, a dor de um ferimento, a dor da perda de uma pessoa amada, os momentos de alegria e prazer, uma relação, ou ainda a euforia de uma paixão, a empolgação de um novo emprego, a tristeza da saudade, tudo é temporário.

Algumas vezes é própria morte que interrompe uma relação que aos nossos olhos, pode ter durado uma vida toda, no entanto termina com a passagem para outro plano de existência, mas as energias de amor, carinho, afeto e admiração que fundaram essa relação transcedem à morte, assim como os laços de rancor, inveja e ódio que o apego nos oferece, ludibriando o espírito através do orgulho e do ego.

Cleiton Moraes de Melo

"Death is a natural part of life. Rejoice for those who transform into the Force. Mourn them do not. Miss them do not. Attachment leads to jealousy. The shadow of greed, that is."
"Train yourself to let go of everything you fear to lose."

Master Yoda